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Por Lara Nogueira.

 

Pessoalmente, o direito sempre me surpreende por ter um lado bastante especial: a renovação dos entendimentos e interpretações ao longo dos anos, considerando os momentos históricos, políticos e sociais.

 

Há algum tempo o Judiciário tem mostrado que o litigio e o embate em si estão perdendo o sentido, seja por ter uma máquina jurídica que encontra-se abarrotada de processos, que permanecem por incontáveis anos em tramitação e que, muitas vezes, sequer alcançam o objetivo pretendido; ou quando se tem uma resolução rápida, mas o sentimento de frustração permanece em ambas as partes que litigaram.

 

Essa percepção faz com que técnicas alternativas para solução de conflitos e demandas jurídicas, como a conciliação, a mediação e outros métodos de autocomposição e pacificação fiquem em evidência. A advocacia tem também seu papel dentro dessas práticas que visam construir a paz social.

 

A busca por realizar uma advocacia estratégica, humanizada e consensual em que se dá importância em demonstrar ao cliente o conflito de forma ampla, para que ele perceba o que encontra-se por trás do problema e chegue à resolução que melhor lhe caiba tem sido algo bastante comum, e recebe a denominação de advocacia sistêmica.

 

Advocacia sistêmica é diferente de direito sistêmico, de aplicação de técnicas, de constelação familiar, de psicologia e de terapias. Tudo isso pode se complementar e cada um tem sua importância dentro de cada contexto.

 

A advocacia sistêmica permite olhar para o cliente como um todo, suas reações físicas, emocionais, seus contextos e relações; mostrar uma visão geral e ampla do conflito, bem como permitir o diálogo para que se chegue na melhor resolução da demanda.

 

As habilidades de um advogado sistêmico encontram-se interligadas com as tendências das profissões do futuro, inclusive, dentre elas estão como saber: apoiar, escutar, fazer perguntas relevantes, pensar além dos números, negociar, antecipar o futuro, lidar consigo mesmo e com os outros, buscar a origem do conflito, ser um verdadeiro líder e adotar uma postura empreendedora.

 

Mudanças quanto ao modo de agir, pensar e falar encontram-se presentes em toda a sociedade, que transita de uma fase individualista para uma fase coletiva, e nos âmbitos profissionais não poderia ser diferente, principalmente quanto à advocacia.

 

A visão sistêmica da advocacia vem justamente para desenvolver aquilo que as pessoas, dentre elas os clientes, estão pedindo universalmente: foco no atendimento humanizado.