Com o avanço constante da tecnologia, especialmente da Inteligência Artificial (IA), muitos contribuintes têm buscado essa ferramenta como aliada na hora de declarar o Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF). Os novos recursos trazem benefícios, mas é imprescindível estar atento aos possíveis erros que essa tecnologia pode gerar no preenchimento da declaração.
Em entrevista ao jornal O Dia, o advogado tributário Guilherme Di Ferreira explicou que os sistemas podem interpretar dados de forma equivocada e acabar prejudicando o contribuinte.
Ferramentas de IA são seguras para preencher a declaração?
A Inteligência Artificial pode ser uma aliada valiosa na hora de preencher a declaração do IRPF, desde que utilizada com critérios bem definidos. Para isso, é fundamental avaliar a qualidade do algoritmo e a transparência da plataforma.
Atualmente, a Receita Federal já incorpora Inteligência Artificial em seu sistema, embora ainda de forma inicial. Está em funcionamento um chatbot no site do órgão, com funcionalidades limitadas.
A Receita também testa novas ferramentas baseadas em IA para facilitar o preenchimento da declaração e tornar o processo mais alinhado com as inovações tecnológicas. A previsão é que um novo sistema com Inteligência Artificial mais avançada seja lançado nos próximos dois a quatro anos.
Há risco de erros no preenchimento automático com IA?
O preenchimento automático com IA não é 100% confiável. Por mais que essas ferramentas sejam desenvolvidas com alta tecnologia, ainda apresentam falhas consideráveis. Por isso, é importante ficar atento para não cair na malha fina por falta de conferência.
O advogado tributário Guilherme Di Ferreira explicou que os sistemas podem interpretar dados de forma equivocada e acabar prejudicando o contribuinte.
“Existem riscos de erros no preenchimento automático com IA. Embora essas soluções sejam projetadas para minimizar falhas, elas não são infalíveis. Equívocos podem acontecer por interpretações incorretas das informações ou por limitações no algoritmo”, alerta o especialista.
Di Ferreira alertou que as inconsistências geradas por esses erros podem levar o cidadão a problemas com a Receita Federal. “Essas falhas podem resultar em inclusão na malha fina ou em outros penalidades, já que a responsabilidade final pela exatidão dos dados é sempre do contribuinte”, concluiu o advogado.
Apesar dos avanços da tecnologia, o uso da Inteligência Artificial na declaração do IRPF deve ser visto como uma ferramenta de apoio, e não como uma solução definitiva. A revisão das informações e o suporte profissional continuam sendo indispensáveis para garantir que todas as deduções legais sejam aplicadas corretamente e, assim, impedir que o contribuinte caia na malha fina.
Prazo para envio da declaração do IRPF
O período para envio das declarações teve início no dia 17 de março e vai até as 23h59 de 30 de maio. O programa do Imposto de Renda 2025 já está disponível para download no site da Receita Federal, com versões compatíveis para Windows, MacOS, Linux e Multiplataforma.
Para quem prefere preencher a declaração online utilizando o modelo pré-preenchido, o acesso pode ser feito pelo aplicativo “Receita Federal”, liberado no dia 1º de abril.

Responsável pela área Tributária no Lara Martins Advogados, Pós graduando em Direito Tributário Aplicado pela BSSP, Diretor Adjunto da Comissão de Direito Tributário da OAB/GO