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O avanço da digitalização na área da saúde trouxe ganhos significativos para pacientes e profissionais, mas também abriu espaço para novas ameaças. Prontuários eletrônicos, diagnósticos e exames se tornaram alvos valiosos para hackers que exploram falhas em sistemas desatualizados e vulneráveis.

Em entrevista ao programa Conexão Senado, Gustavo Clemente, advogado especialista em Direito Médico e da Saúde, destacou que o setor da saúde concentra a maior quantidade de dados sensíveis e, por isso, é o principal alvo dos cibercriminosos. “São dados de saúde, resultados de exame, diagnósticos e, por isso, o setor da saúde hoje é o maior alvo dos cibercrimes”, afirmou.

O especialista explica que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) trouxe avanços importantes, mas o desafio vai além da tecnologia. “É preciso desenvolver uma nova cultura organizacional de proteção de dados. Um técnico de TI já não é mais suficiente, é preciso investir em graduações mais específicas na área”, ressaltou.

Segundo Gustavo Clemente, os pacientes foram empoderados pela LGPD e agora têm o poder de consentir ou não o uso de suas informações. Ele recomenda que as unidades de saúde orientem com clareza como os dados serão coletados, para quais finalidades e quem terá acesso a eles.

O advogado também chama atenção para a necessidade de conscientização dos colaboradores. “Não adianta nada você ter softwares certificados e backup em nuvem se os colaboradores não estiverem bem instruídos”, alertou. Ele reforça que muitos golpes começam com mensagens falsas, conhecidas como phishing, que funcionam como iscas cibernéticas para roubo de dados.

Sobre os golpes por telefone, Gustavo Clemente orienta que o paciente ou familiar nunca forneça informações pessoais nem realize pagamentos sem confirmar diretamente com o hospital. “Sempre que você receber uma ligação desse tipo, desliga e liga no hospital para checar a informação”, afirmou.

O especialista conclui que a segurança de dados na saúde depende de tecnologia, cultura organizacional e atenção redobrada dos pacientes e profissionais.

Confira a entrevista completa