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Por Nycolle Soares

 

Ao iniciarmos o ano, é quase impossível deixar de pensar sobre quais serão as características dos próximos doze meses que se apresentam e, além disso, é preciso lembrar que a divisão em meses acaba sendo necessária e impacta totalmente na forma como conduzimos as atividades ao longo do tempo.

Ainda nos pegamos falando sobre um período pós-pandemia. Por mais que pareça algo distante, não passou tanto tempo assim. Lidamos com um movimento de mercado em que muitas instituições estão fazendo o movimento inverso e retornando ao trabalho quase totalmente presencial.

De um ponto específico como esse, podemos pensar nos mais diversos impactos sociais e econômicos que existem. Trânsito, disponibilidade de tempo, adaptação do orçamento familiar, demandas judiciais que mudam conforme o tipo de interação das pessoas, dentre outros.

Ainda que muitos se detenham a pensar sobre os pontos específicos relacionados a perspectivas, sabemos que é impossível prever tudo ou, na verdade, prever algo totalmente certeiro.

O cenário econômico será sempre um desafio, questões legislativas sempre se apresentam e, atualmente, é impossível ignorar a reforma tributária que está posta. É esperado que, quanto à legislação trabalhista, tenhamos movimentações e mudanças nos entendimentos dos tribunais.

Uma reforma do Código Civil é algo iminente e que com certeza terá um impacto enorme, além disso, questões relacionadas a Compliance, LGPD e ESG seguiram assumindo novos espaços na dinâmica empresarial.

Ao final, temos expectativas e algumas perspectivas, o que nos insere em uma dinâmica em que o fazer não pode depender de certezas, mas sim da nossa capacidade de se adaptar ao que precisa ser ajustado ao longo dos dias.

Diante disso, é preciso retomar a fala sobre a necessidade de que o jurídico esteja na mesa de negócios, sempre. E se de alguma forma há desconforto quanto a isso, é preciso entender a sua razão. Via de regra, a resposta para esse questionamento é que ou o advogado é sempre aquele que diz não, ou de que o custo não valeria a pena.

As duas precisam ser desmistificadas, o advogado que só diz não ficará sem espaço, já que o fazer será sempre um risco a ser assumido, risco esse que deve ser mensurado e calculado, juntamente com a criação de uma estratégia jurídica que dê suporte ao que pode acontecer.

O custo precisa ser encarado como investimento, já que, além do suporte jurídico para uma operação em si, o acompanhamento constante de um advogado acaba trazendo consciência e aprendizado quanto a elementos que passariam desapercebidos, sem o olhar de alguém que está sempre alerta para a mensuração de determinados riscos.

O que precisa ficar claro é que ao contrário dos anos anteriores em que a espera era necessária, considerando o nível inquestionável de instabilidade e adversidades que existiam, chegamos novamente ao ponto do ciclo em que fazer é o que vai determinar os resultados de modo inquestionável.

Escolher os riscos a serem assumidos e entender as estratégias que devem ser adotadas será tarefa de casa, e assim, ter suporte jurídico se torna algo imprescindível!

Depois de alguns anos em que foi necessário esperar e entender como o mundo se comportaria, chegamos ao ponto em que esperar observando não é uma opção. Por isso analisar o cenário e traçar um plano de execução para todo e qualquer projeto é uma necessidade que já se apresenta e fazer isso sem a avaliação jurídica é assumir um risco desnecessário.

Analisar e fazer são palavras de ordem! Pensando em perspectivas podemos dizer que os riscos existentes exigem uma análise realista e, ao mesmo tempo, nos obrigam a arriscar a fazer, sendo que o risco que pode ser eliminado é o de encarar 2024 sem entender que suporte jurídico é investimento e não custo.