Editorial LM
Se durante a pandemia da Covid-19 a rede hospitalar no Brasil se viu obrigada a entrar em um processo de expansão, no período que sucede a esse movimento, as empresas do setor se deparam com os custos elevados de manutenção desses negócios e os desafios impostos pelo enorme movimento de usos de tecnologia na área.
Outro desafio é o relacionamento com as operadoras de saúde e a manutenção de receitas para alcançar a viabilidade dos negócios. Em um ecossistema em que as empresas do setor da saúde e as operadoras precisam coexistir, ainda que em muitos momentos os interesses possam ser conflitantes, pensar na estruturação de operações minimamente equilibradas, nesse ponto, precisa ser uma prioridade.
Os pacientes já estão familiarizados com o uso da telemedicina, incorporaram o acesso a serviços de saúde por meio de plataformas digitais e caminham cada vez mais no sentido de buscar protagonismo dentro desse atendimento de saúde, o que ocasiona uma pressão nos prestadores de serviços com relação à experiência do paciente a celeridade da disponibilização dos serviços e suas entregas.
A verticalização da saúde, movimento esse que se tornou evidente com a aquisição de vários hospitais. Laboratórios e clínicas de exames, por parte de grandes grupos, no país inteiro, evidencia também a necessidade de que os prestadores de serviços possam controlar seus custos com os serviços fornecidos.
O tênue equilíbrio entre saúde suplementar, saúde pública e os serviços contratados de forma particular, é elemento crucial no amadurecimento do setor. Ao mesmo tempo, isso faz com que o paciente, beneficiário, usuário esteja sempre comparando as possibilidades ofertadas e buscando melhores condições.
Avançando mais um passo nessa esfera, o enorme desafio de sustentabilidade das operadoras de saúde é um ponto central para entendermos os movimentos que o mercado fará diante das oportunidades de negócios e as necessidades das operações já existentes.
As operadoras precisam de um trabalho estratégico, seja no contencioso, seja na prevenção de fraudes, tendo com referência a busca por uma eficiência nos serviços e posicionamento dos tribunais que ajude na manutenção de seus beneficiários ativos.
Se na pandemia, a permanência em um plano de saúde se tornou o objetivo das famílias, na atualidade, diante dos custos, muitos analisam se há viabilidade econômica para isso. Esse movimento ocasiona um reflexo importante no mercado de trabalho, que é a busca de empregos em que o plano de saúde é um benefício ofertado pelas empresas.
Nesse ponto de intersecção, os hospitais, empresas prestadoras de serviços de saúde, operadoras de planos e saúde e demais empresas, se encontram na busca pela tão necessária possibilidade de manutenção ao acesso à saúde.
Esse espaço de encontro é também o lugar em que diversos interesses conflitam e as discussões sobre direitos acabam por surgir como uma possibilidade para reequilibrar as relações, fazendo com que a busca pela manutenção dessas empresas no mercado, esteja invariavelmente conectada a necessidade de acompanhamento jurídico especializado.
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